
Aborda o crime de uma visão,no mínimo, revolucionária. 'Que é o crime, senão a simples variação da ordem social? E nada, nada mais.'
Quase uma apologia aos grandes crimes, em Crime e Castigo a todo momento Dostoiévski argumenta que homens como Napoleão e César não tiveram seus crimes repreendidos, pelo contrário, foram até enaltecidos. Assassinatos, genocídios, invasões e pode-se até dizer suicídio em massa dos soldados que entregaram suas vidas em nome dos ideais desses grandes homens; diversas atrocidades em prol de suas grandiosas conquistas. Os fins justificam os meios.
O crescimento de Raskólnikov em sua carreira justificaria a morte de uma velhusca decrépta e usurária. Porém, o desfecho da história nos mostra o agrilhoamento da consciência de Raskólnikov. Apesar de já haver aparecido um confessor do crime e do inspetor de polícia garantir à Raskólnikov que conquanto já saiba que este é o verdadeiro autor do crime, não o deterá (Porfíri,o inspetor- adota métodos de tortura psicológica e não quer perder a oportunidade de usá-los em Raskólnikov, por isso o mantém em liberdade) o peso de uma irmã que só faz sofrer, de uma mãe que beira a loucura e de um crescente amor levam Raskólnikov a não suportar mais a liberdade (conquanto não se arrependa de ter matado a velha) e finalmente se entregar aos métodos de Porfíri.
Mais que um excelente romance, Crime e Castigo é uma obra de arte de grande conteúdo crítico e reflexivo.
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