terça-feira, 7 de setembro de 2010

Psicologia : Uma (nova) Introdução

psi fig

Livro pequeno e direto, porém excelente para incitar discussões mais críticas acerca da psicologia (ou melhor, das psicologias) e suas condições de surgimento, além de analisar algumas das consequências lógicas das principais formas de se fazer psicologia, seja científica ou nem tanto. 

 

Luís Claudio M. Figueiredo
Pedro Luiz Ribeiro de Santi
EDUC, 2007

Inicialmente subordinada a ciências tais como Biologia e a Fisiologia, a Psicologia ocupa hoje um lugar de destaque como ciência independente.

É esse trajeto da Psicologia rumo a autonomia enquanto área de saber específico que o leitor encontrará no texto de Luís Claudio M. Figueiredo e Pedro Luiz Ribeiro de Santi.

Texto que tem o mérito de não proceder a simples exposição das diferentes teorias psicológicas, levando o leitor a refletir sobre as condições socioculturais que propiciaram seu aparecimento e, atualmente, sua difusão, principalmente na área clínica. O que traz consigo uma inevitável ambiguidade: ao mesmo tempo que se dá a conhecer, a Psicologia acaba por reforçar a ilusão de liberdade e singularidade dos indivíduos. Contrariando, então, o que se espera de uma Psicologia científica: esclarecer os indivíduos sobre essas ilusões.

Não seria essa ambiguidade, contudo, característica de qualquer busca por um conhecimento? Parece ser esta a opinião dos autores: “No começo do conhecimento há sempre uma desconfiança e no fim há sempre uma decepção”.

Decepção necessária, que nos remete constantemente à busca de novos conhecimentos.

Mas dizer que no fim de todo conhecimento há uma decepção não significa invalidar novos projetos de conhecimento. Pelo contrário, é a válvula propulsora que nos desperta o desejo de “ir além das aparências”, rumo a um conhecimento científico.

É esse rigor que move os autores a não tomarem posição em favor de uma ou de outra corrente teórica – o que restringiria um questionamento mais aprofundado – deixando em aberto o caminho para aquele que, com eles, aceitar o desafio de busca do “verdadeiro sentido de se fazer ciência”.

Uma coisa é certa, aceitando o desafio, o leitor não se decepcionará.